São Sebastião, Padroeiro do Rio de Janeiro
São Sebastião, Padroeiro do Rio de Janeiro
Quem foi São Sebastião?
O padroeiro do Rio nasceu muito longe da cidade que protege. Embora tenha nascido na Gália romana, atual França, tornou-se um cidadão milanês e que professou a fé cristã.
Como militar da coorte pretoriana, fazia parte da guarda pessoal dos imperadores. Mas, secretamente, confortava, os cristãos presos pela perseguição romana; descoberto, foi condenado à morte alvejado por flechas, como vemos nas imagens que chegaram até nós.
Contudo, ele não morreu em decorrência desse primeiro suplício, por isso foi novamente condenado, pelo Imperador Diocleciano, a morrer, dessa vez, a golpes de clava no hipódromo de Monte Palatino, em Roma. Teria sido sepultado na catacumba da Via Appia onde também se encontravam, àquela época, os restos mortais dos apóstolos Pedro e Paulo.
São Sebastião morreu a 20 de janeiro de 288 d.C e a Igreja escolheu esse dia para celebrar o santo que foi um exemplo de coragem e fidelidade na defesa do Cristianismo.
Dali sua veneração se espalhara, com a de outros mártires, por todo o Ocidente.
Por ter sido exemplo de militar cristão, São Sebastião foi intitulado Defensor da Igreja, pelo papa Gregório Magno. ( 590d.C – 604d.C), religioso que posteriormente também seria canonizado e conhecido como São Gregório, o papa seria responsável pelo surgimento do canto gregoriano.
Mas foi com D.Sebastião, o Desejado, neto de D. João III que a veneração a São Sebastião chegou ao apogeu em Portugal.
O nascimento de D. Sebastião havia ocorrido no dia dedicado ao santo, e uma das relíquias atribuíadas ao santo – um braço que supostamente pertenceria aos despojos santificados do mártir – e que pertencia aPortugal saiu em procissão como forma de agradecimento pelo parto bem sucedido.
D.Sebastião tomou o santo não apenas como seu protetor pessoal, mas também como protetor do reino e emblema da monarquia.
São Sebastião e o Rio de Janeiro
Hoje em dia, os habitantes do Rio de Janeiro acreditam que o padroeiro da cidade foi escolhido por razões religiosas, já que a religiosidade é uma característica fortemente brasileira , herdada até mesmo por causa de nosso processo de colonização.
Documentos históricos demonstram que o nome dado à cidade fundada por Estácio de Sá, a 1º. de março de 1565,foi uma homenagem, não ao santo, mas sim ao príncipe D. Sebastião que embora à época da fundação não reinasse, o faria em breve. O nome da cidade foi ordem direta de sua avó , Catarina da Áustria , que quis homenagear o neto de apenas nove anos de idade, na época.
Talvez por isso, o Rio de Janeiro já nasça com o status de cidade.
No Morro do Castelo, que em 1567 chamava-se Morro do Descanso, ergueu-se a Igreja Matriz de São Sebastião . Nela, posteriormente repousaram os restos mortais do próprio Estácio de Sá morto em decorrência da Batalha de Uruçumirim , curiosamente ocorrida a 20 de janeiro para expulsar os franceses que disputavam com os portugueses o domínio da Baía de Guanabara.
Aliás ,numa estranha coincidência, a data de 20 de janeiro é marcante na história do santo, do rei, da cidade e do fundador da mesma. Estácio de Sá foi ferido a flechadas de tamoios – aliados dos franceses – no dia 20 de janeiro, dia da morte do santo e do nascimento do rei. Numa tradição bem carioca, vale até um palpite para fazer uma “fezinha” no pavão.
No final do século XVI, escritores se referiam a memória de milagres atribuídos a São Sebastião em que relatos de índios diziam ter visto um guerreiro flechado e muito esforçado na luta; logo os portugueses interpretariam como sendo uma aparição do próprio São Sebastião.
Várias versões asseguravam que o santo estivera na luta contra os franceses e vale à pena conferir algumas delas no artigo O Rio de São Sebastião de Vinicius Miranda Cardoso, que consta do livro Rio de Janeiro: histórias concisas de uma cidade de 450 anos, organizado por Ilmar Rohloff de Mattos para comemorar os 450 anos do Rio e que foi editado pela Secretaria Municipal de Educação e , numa bela iniciativa, distribuído para todos os professores da rede municipal de ensino.
Enfim, polêmicas,divergências e contradições à parte, o fato é que em 1728 o governador Vahia Monteiro afirmou que o milagroso São Sebastião era definitivamente o Padroeiro da cidade do Rio de Janeiro e seu fundador. Sim, é certo: São Sebastião é o nosso querido e fiel defensor. Franceses e tamoios que o digam
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