“Narrativas Fluminenses” promove conversa sobre políticas públicas

Projeto “Narrativas Fluminenses” promove seminário e debates sobre políticas públicas para reconhecimento da arte de contar histórias

De 28 a 31 de março, o “Narrativas Fluminenses” vai abordar questões artísticas e de linguagem, políticas públicas, mapeamento dos contadores de histórias e ainda debater o papel dos mestres orais e da cultura imaterial no reencantamento do mundo. No período da manhã, das 10h às 12h, as sessões de debates chamadas “Mesas Inspiradoras”, contam com a presença de contadores de histórias e instituições convidadas, pelo Zoom, com transmissão no Youtube “Narrativas Fluminenses“. À tarde, mediante inscrições, grupos de trabalho, com integrantes do Movimento dos Contadores de Histórias do Rio de Janeiro, se reúnem para levantar ações futuras e uma agenda que apoie a difusão e valorização da profissão. A coordenação das atividades será da escritora e contadora de histórias Benita Prieto e da atriz, narradora de histórias e gestora cultural Daniele Ramalho. 

A ideia do seminário é entender a atuação dos contadores de histórias em diversas áreas, assim como as possibilidades de presença nas políticas públicas de cultura e em editais, debatendo questões como profissionalização, patrimonialização, mapeamentos culturais e outros caminhos para a valorização do ofício. “Estamos pensando em ações para trazer reconhecimento. Existe o Dia Internacional do Contador de Histórias, mas não há data nacional, estadual ou municipal que celebre a nossa arte. Muitas vezes, a contação de histórias acaba entrando nos programas sociais e educacionais das instituições, mas queremos também estar na cultura, nos teatros e em programações para adultos, por exemplo”, explica Daniele Ramalho, atriz e coordenadora do projeto.

 Como tudo começou: Maratona Rio das Mil e Uma Histórias
O Movimento dos Contadores de Histórias do Rio de Janeiro começou a se organizar em agosto de 2017 e, desde então, tem agregado inúmeros narradores de histórias do estado. A partir desses encontros, foi criada a “Maratona Rio das Mil e Uma Histórias”, realizada anualmente no Museu da República e que foi se consolidando como um espaço de encontros, partilhas, fortalecimento da rede, resistência e de celebração da palavra e das histórias. O projeto teve a sua primeira edição em 2018, com 88 participantes, e a segunda edição em 2019.

Em 2021, a contadora de histórias Daniele Ramalho realiza, através de sua empresa, Geral Projetos Culturais, e com patrocínio da Lei Aldir Blanc da Secretaria do Estado de Cultura e da Economia Criativa do Rio de Janeiro, em parceria com o Movimento dos Contadores de Histórias do Rio de Janeiro, o projeto “Narrativas Fluminenses”, que compreende a “Maratona Rio das Mil e Uma Histórias” e o “Seminário Contadores de Histórias: arte, política e fomento”. Ao todo, serão contemplados, pelo projeto, 64 artistas e uma equipe técnica. 

Programação:

Dia 28 de março

9h30- Abertura com os coordenadores: Augusto Pessôa, Benita Prieto, Daniele Ramalho, José Mauro Brant e Rogério Andrade Barbosa. Palavra da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro: Yke Leon- Superintendência da Leitura/SECEC RJ.

10h- Mesa de inspiração: “Contar histórias em nosso tempo- experiências, programas e projetos em cultura e as novas narrativas.

Que lugares ocupam os contadores de histórias? E que outros lugares gostariam de ocupar? E as novas narrativas? Como as histórias apoiam na reescrita de protagonismos negros e indígenas? Instituições culturais privadas, que realizam uma programação de excelência, são convidadas para contar como trabalham com as múltiplas linguagens e debaterem algumas possibilidades em torno das histórias e das narrativas nos programas culturais. Narradores de histórias partilharão suas experiências em diversas linguagens.

Convidados:

Luciana Adão – coordenadora do Programa de Patrocínios Culturais Incentivados do Oi Futuro.

Márcia Leite – gerente de Cultura do Sesc Rio.

Claudiney Ferreira – gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural.

Eliana Yunes – assessora do Cerlalc/Unesco e co-fundadora da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio.

14 às 17h- Grupos de Trabalho do Movimento dos Contadores de Histórias (sessão fechada para inscritos).

 

Dia 29 de março

10h- Mesa de inspiração: “Políticas Públicas- a Narração Oral em diálogo com o Livro, a Leitura e a Cultura Imaterial”.

Participação de gestores com ampla experiência em políticas públicas para relatarem sobre algumas experiências, como a criação do Plano Nacional da Leitura e da Lei 13.696, a Lei Castilho, assim como processos de patrimonialização e profissionalização de algumas tradições culturais brasileiras. Será que os contadores de histórias integram as políticas públicas dessas áreas? Que estratégias podem ser pensadas para inserir nas formulações dessas políticas, de forma que haja maior valorização e difusão do ofício?

Convidados:

Renata Costa – diretoria do Livro e Leitura na Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Beth Costa – chefe do Setor de Pesquisa do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

José Castilho – sócio proprietário da J Castilho Consultoria/Lei Castilho.

14 às 17h- Grupos de Trabalho do Movimento dos Contadores de Histórias (sessão fechada para inscritos).

 

Dia 30 de março

10h- Mesa de inspiração: Mestres, oralidade e reencantamento do Mundo”.

Debate sobre a importância dos mestres orais indígenas e das tradições populares brasileiras e suas histórias no reencantamento do mundo. O que podem ensinar as tradições culturais? São instrumentos de transmissão de conhecimentos, portam códigos éticos e sociais, mas também mostram as cosmologias, visões de mundo que criam e recriam o imaginário, mostrando possibilidades da existência humana.

Convidados:

Yaguarê Yamã ; Mestre Bule.

Dane de Jade – coordenadora da Escola Vila da Música e do Escritório Regional de Cultura Cariri/Secult Ceará.

Mário Chagas – Museu da República/ Museologia, Uni- Rio.

14 às 17h- Grupos de Trabalho do Movimento dos Contadores de Histórias (sessão fechada para inscritos).

 

Dia 31 de março

10h- Mesa de inspiração: Mapeamentos Culturais.

Experiências de mapeamentos culturais, como inspiração aos integrantes do Movimento dos Contadores de Histórias do Rio de Janeiro no futuro mapeamento dos profissionais dessa área.

Convidados:

Lia Baron /SMC – Ações Locais/ Secretaria Municipal de Cultura

Fabiano Piúba dos Santos – Mapa Cultural Ceará.

Diadorim Ideias – Mapa Cultural do Estado do Rio de Janeiro.

14 às 17h- Grupos de Trabalho do Movimento dos Contadores de Histórias (sessão fechada para inscritos).

Inscrição para Grupos de Trabalho- “Seminário Contadores de Histórias do Rio de Janeiro: arte, política e fomento”

Flavia Ferreira

Flavia Ferreira

Jornalista e viajante nas horas vagas. Sou apaixonada por conhecer novos locais e culturas, assim como por um café quentinho e uma bela taça de vinho.