Ruínas do Rio: Ruínas que guardam a memória da epidemia de Macacu
Ruínas do Rio: Ruínas que guardam a memória da epidemia de Macacu
Cachoeira de Macacu é uma cidade muito famosa pelo ecoturismo, basta lembrar do Parque dos Três Picos e da Reserva Ecológica de Guapiaçu, mas e quando pensamos em turismo histórico, o que esta cidade nos reserva? Uma pesquisa mais aprofundada na história de fundação da cidade nos mostra um vínculo forte com a religião e construções que tiveram papel fundamental na composição da cidade. Uma dessas construções é a Igreja de São José da Boa Morte.
Atualmente em ruína, a construção tombada pelo Inepac em 1989 é um marco histórico no município. A imponente construção com três janelas superiores frontais e as grandes portas foi erguida no lugar de uma capela de pau-a-pique e teve seu processo de desenvolvimento em duas etapas: a primeira com pedra e cal, seguida pela ampliação após 1834, com tijolos maciços. Estas fases podem são bem visíveis nas ruínas. O fundo de pedra, é a parte mais antiga e a nave, a torre, a sacristia, a mais moderna.
Febre de Macacu
Os visitantes que caminham pelo local, no entanto, não imaginam a história de dor vivenciada pela construção. Esta igreja fica localizada em frente a um antigo cemitério que guarda as sepulturas das vítimas das chamadas “febre de Macacu”, um surto de febre amarela, malária e cólera que influenciaram a decadência e o desaparecimento da Vila de Santo Antônio de Sá, que foi uma das principais do Rio até meados do século XIX. Um fato curioso, meio lendário, é que nessa época as pessoas iam até esta igreja para ter uma “boa morte” e por isso a construção leva este nome.
A elevada mortandade provocou o processo de êxodo rural, dando origem a grave crise econômica no município. Em 1868, a sede municipal foi transferida do núcleo original para a freguesia de Santíssima Trindade de Sant’Ana de Macacu, região que também possuí a importante ruína da Igreja da Santíssima Trindade, ou Igreja Velha de Papucaia, datada do século XVIII.
Esta Igreja foi inaugurada em 1743 e funcionou até a primeira metade do século XIX. A mudança da sede adm, em 1854, levou a igreja ao abandono. As imagens da Santíssima Trindade do seu altar-mor encontram-se atualmente no altar-mor da igreja de Santana de Japuíba.
Fonte: Iphan, Inepac, IBGE, UFF, researchgate, O Globo, prefeitura de Macacu