Um forte com mais de 100 anos no meio da natureza em Angra dos Reis
Um forte com mais de 100 anos no meio da natureza em Angra dos Reis
Depois de rodar cerca de 2km em uma estrada bem acidentada, é possível avistar um pequeno forte localizado na ponta leste de Angra dos Reis. O local, atualmente em ruínas, passa por um processo de reforma desde 2020 que facilitou o acesso da população e turistas.
O Forte do Leme, datado de 1911, foi construído pelo engenheiro militar, Capitão Rosalvo Mariano da Silva. Ele que possuí dois canhões tipo Armstrong de 234 mm, fabricados em 1901, que nunca lançaram balas desde que foram instalados no Forte. Os armamentos estão posicionados de frente para a Baía de Angra dentro de dois poços circulares ligados por túneis ao quartel, dispondo de trilhos no solo, que serviam para transportar as pesadas granadas do Paiol até às peças.
Apesar de não existir uma placa de sinalização, é melhor não tentar subir no canhão, primeiro pelo respeito ao patrimônio e segundo pela segurança, pois o canhão está bem enferrujado. As marcas do tempo traduzem as décadas corridas desde a sua total desativação, em 1950. Isso pode ser visto principalmente na casa principal, a qual já não dispõe dos telhados de proteção, entretanto, os detalhes florais dos pisos e a grade que protegia as janelas, bem como os muros da construção, permanecem de pé.
Mesmo não fazendo parte do roteiro de muitos turistas que visitam Angra por conta das belas praias e ilhas, o Forte do Leme é uma oportunidade de apreciar a arquitetura de guerra longe das aprimoradas fortificações de Niterói, como a de Santa Cruz da Barra, e as do Rio, como a Fortaleza de São João, locais que, se me permitem uma breve aspa, merecem a visitação de todos aqueles que gostam de turismo cultural e históricos.
A esperança é que a prefeitura mantenha o projeto de restauração do local, principalmente na sinalização até o local, o que é inexistente, o asfalto e as sinalizações das trilhas, assim como crie um cronograma de limpeza do local. Além desses tópicos, o projeto também prevê criar uma área de estacionamento, iluminação, limpeza e sinalização turística.
O Forte do Leme está bem próximo do centenário Monumento do Aquidabã, criado em homenagem aos mortos no naufrágio do navio de guerra Aquidabã, ocorrido no litoral de Angra, em janeiro de 1906. Dentre as 113 vítimas, estavam o Comandante do navio, a tripulação e membros da comitiva ministerial que realizava estudos para construção de uma nova base naval naquela região. O monumento assinala o local onde se acham as sepulturas de cerca de 60 tripulantes que faleceram na ocasião.
O Aquidabã naufragou por causa de uma explosão, de explicação desconhecida, partindo o navio ao meio. Hoje ele repousa a uma profundidade entre 8 e 18 metros, na Ponta Leste, em frente ao Monumento Aquidabã. Anualmente, no aniversário do naufrágio, há uma cerimônia organizada pelo Colégio Naval.
Fonte: Inepac, Prefeitura de Angra e Colégio Naval