As peripécias de estar solteiro

Em tempos de vacinação, após um ano inteiro de espera, a ansiedade para retornar a uma vida “normal” tem crescido cada vez mais e esse sentimento tem sido motivador para os solteiros. Tanto para aqueles que procuram um par quanto para outros que só querem um romance passageiro, a pandemia em conjunto com o isolamento social trouxeram à realidade a definição de “solteiro” do dicionário: carente, quem não tem ou não recebe algo. 

Frequentemente nas redes sociais, ainda mais entre os jovens, é comum encontrar um feed repleto de reclamações de pessoas exaustas de permanecerem na própria companhia, de conversas pelas telas e frases contendo vocabulário semelhante como: Netflix, conchinha e Carnaval. Para entender a gravidade social da situação, o governo da Holanda em 2020 chegou a recomendar a estratégia de “bolha do sexo”, onde os solteiros poderiam escolher uma pessoa de confiança para se tornar um “contatinho fixo” durante esses tempos sombrios. Será que isso funcionaria no Brasil? 

De fato, a paquera tem sido cada vez mais seleta, um verdadeiro interrogatório. Segundo uma pesquisa sobre relacionamentos na pandemia do PoderData  63% dos solteiros brasileiros não têm se encontrado com pessoas, e a maior parte desse todo são mulheres. Ainda há o medo de se infectar mesmo frequentando barzinhos com lotação limitada e lugares ventilados, o beijo na boca é onde mora o perigo. Sendo assim, a opção mais segura ainda é passar fotos dos candidatos em aplicativos e priorizar biografias que condizem com os indivíduos. 

A verdade é que não se sabe ao certo como essa celebração foi criada. O dia dos solteiros entre os universitários chineses existe há bastante tempo. Então que tal pegar carona nessa moda e comemorar? Afinal, você vale muito! Se você for alguém mais ousado, quem sabe conversar por uma vídeo chamada ou ligação com aquela pessoa também possa te ajudar na conquista virtual? E está tudo bem se não for, porque o amor próprio é sempre uma boa pedida, e nunca sai de moda. Invista em uma boa skin care e comidinhas caseiras, não se esqueça daquela música e uma boa bebida para te acompanhar num brinde à vida. 

Rafaela Lohana

Mulher, preta, de periferia, nascida e criada na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Sou uma quase comunicadora, graduanda em Comunicação Social - Jornalismo, ativista e completamente ligada as suas raízes. Admiradora de tudo que é diferente, amo conhecer pessoas, fazer poesia do cotidiano e falar sozinha.