Forte São Luiz e Forte do Pico, um dos lugares mais lindos de Niterói

O Forte São Luiz é datado de 1567, mas teve sua efetiva construção entre 1769 e 1770, durante o governo de Luiz de Almeida – 2º Marquês do Lavradio, sendo concluída em 1775. Alguns anos mais tarde seu comando foi extinto e a guarnição incorporada à Fortaleza de Santa Cruz. O Forte permaneceu abandonado entre 1831 e 1863, até sua reativação, em decorrência da “Questão Christie”*, um impasse diplomático ocorrido entre o Brasil e o Reino Unido durante o Segundo Reinado que perdurou até 1865.

Possuindo uma maravilhosa vista de toda a Baía de Guanabara e orla de Niterói, os Fortes do Pico e São Luis apresentam em seu caminho inicial diversos tipos de canhões dos mais variados calibres utilizados na 2ª Guerra Mundial e trazidos para o Brasil como troféus da guerra. Para se chegar ao Forte de São Luiz passa-se por um caminho repleto de animais silvestres e cercado de mata virgem, por se tratar de uma unidade do exército, o que impediu do homem alterar a sua vegetação.

Atualmente, as construções do Pico ainda preservam, com imponência e grandiosidade, guaritas e muros de pedra já cobertos de vegetação, dois portões de acesso, corredores, galerias, túneis e largos pátios rochosos. Do alto do Pico, avista-se, de um lado, Fortaleza de Santa Cruz, o Morro da Urca e o Pão-de-Açúcar, e de outro, o Forte do Imbuí, numa visão absolutamente deslumbrante.

O passeio é iniciado no Forte Barão do Rio Branco com o pagamento da taxa no valor de R$: 10,00 (na época até fui). Por se tratar de uma base militar, o passeio é conduzido por um militar que vai  te guiar até o alto dos Fortes e te contar um pouco da história de cada fortificação. O passeio inicia rumo a nossa primeira parada no Forte São Luiz, a subida aos fortes poderão ser realizadas a pé em uma estrada asfaltada e muito íngreme, ou de carro ou moto.

Sobre a Questão Christie

O ponto inicial do descontentamento, além das queixas referente a escravidão, segundo relatos históricos foi o episódio envolvendo o naufrágio do navio inglês Prince of Walles, em 1961, na praia de Albardão no Rio Grande do Sul. A embarcação teve sua carga saqueada e a tripulação não encontrada.

Além disso, em 1862, marinheiros britânicos foram presos na cidade do Rio de Janeiro por promoverem arruaças. Foram soltos, mas o embaixador William Christie exigiu a demissão dos policiais que efetuaram a prisão, além da imediata indenização pela carga roubada no episódio do naufrágio do navio britânico no ano anterior. Christie fez dos incidentes internos conflitos internacionais, culpando o Império brasileiro pelo naufrágio e acusou-o de negligência. O embaixador exigiu uma indenização pela carga perdida e punição aos militares responsáveis pela prisão dos três ingleses.

Com a negativa do império em atender as exigências do embaixador inglês, este determinou o confisco de cinco navios mercantes brasileiros no Rio de Janeiro. Como resolução do problema, D. Pedro II pagou a indenização, mas foi irredutível na questão dos militares nacionais, uma vez que entendia que atender aos pedidos exagerados de Christie significava atender uma vontade estrangeira, e que tal fato colocaria a soberania nacional em descrédito.

O imperador exigiu explicações à Inglaterra sobre o comportamento de Christie e o pedido de desculpas oficiais dos britânicos em relação ao aprisionamento dos navios brasileiros. Diante da negativa britânica, o governo brasileiro rompeu as relações diplomáticas com os britânicos.

A mediação do conflito foi feita pelo Rei Leopoldo I, da Bélgica, que declarou o Brasil como vencedor do impasse em 18 de junho de 1863. No entanto o pedido de desculpas oficial só ocorreu em 1965 por parte da Rainha Vitória, o que encerrou o impasse diplomático.

Fonte: InfoEscola e História do Brasil

Atualmente, o passeio está suspenso por conta da Covid-19.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Av. Marechal Pessoa Leal, 265 – Jurujuba Acesso pelo Forte Barão do Rio Branco Tel: 3611-4205 3611-4200
Visitação: de terça a domingo, às 10h ou às 14h.
Para mais informações, entre em contato através do seguinte email: rp_21gac@yahoo.com.br

Flavia Ferreira

Flavia Ferreira

Jornalista e viajante nas horas vagas. Sou apaixonada por conhecer novos locais e culturas, assim como por um café quentinho e uma bela taça de vinho.