Vício nas redes, os efeitos do uso excessivo do celular
Atualmente, é quase impossível passar um dia sem olhar para algum tipo de aparelho digital. Dados do relatório “2018 Global Digital“, da We Are Social e da Hootsuite, apontam que o Brasil está entre os três países do mundo no qual a população passa, em média, mais de 9 horas do dia navegando na Internet.
Segundo a pesquisa Consumer Barometer, realizada pelo Google, 85% dos brasileiros utilizam a internet diariamente. Esse uso intenso de aparelhos eletrônicos pode causar uma série de incômodos, como dores nas costas, tensão nos dedos e dores de cabeça. Além disso, a exposição contínua à luz artificial emitida pelas telas pode causar danos aos olhos dos usuários.
Segundo estudo, olhar fixamente para os aparelhos faz com que a pessoa pisque cinco vezes menos, o que gera uma instabilidade da lágrima. Esse hábito pode causar fadiga visual e olhos secos, sintomas da Síndrome da Visão do Computador, nome dado ao desconforto causado pela exposição às telas. Os hábitos dos brasileiros que têm smartphones podem agravar ainda mais a fadiga visual, já que eles costumam checar o celular cerca de 78 vezes por dia.
O Brasil já tem 116 milhões de usuários de internet. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última semana, mas referentes a uma amostragem feita até o final de 2016, exibindo aumento de mais de 7% no total de cidadãos online. Os dados também confirmam tendências mundiais, como a onipresença dos celulares como dispositivo preferido para acesso à rede, sendo citado por 94,6% dos entrevistados.
Segundo o IBGE, 64,7% da população brasileira acima dos 10 anos de idade, com uma prevalência dos jovens adultos – 85% das pessoas entre 18 e 24 anos de idade – têm acesso à internet. 65,5% das mulheres entrevistas possuem alguma forma de acessar a rede, contra 63,8% dos homens entrevistados. Outras síndromes acarretadas pela dependência do celular são: WhatsAppinite, Nomofobia e Pescoço de Texto.
WhatsAppinite: foi descoberta em 2014, em um estudo publicado no periódico The Lancet, e aumenta o risco de desenvolver quadros de tendinite, tenossinovite e osteoartrite nos dedos, mãos e punhos. A primeira complicação que o excesso de digitação pode causar é a mialgia, uma dor nos músculos das mãos. Depois, ela pode evoluir para uma artrite, inflamação da articulação do polegar, e por último uma tendinite, que é a inflamação dos tendões do polegar.
Nomofobia: o termo é uma abreviação, do inglês, para no-mobile-phone phobia. Foi criado no Reino Unido para descrever o pavor de estar sem o telefone celular disponível. Um estudo brasileiro realizado pela pesquisadora Anna Lúcia King, da UFRJ, verificou que 34% dos entrevistados afirmaram ter alto grau de ansiedade sem o telefone por perto.
Text Neck: trata-se de uma condição patológica da coluna vertebral que é principalmente causado por causa da má postura devido ao uso excessivo das telas digitais. Segundo os médicos, a comunicação de texto virtual das tecnologias é a vilã que tem causado esse desgaste ósseo precoce, pois as pessoas estão diante das telas digitais por horas a fio, apenas deitadas na poltrona, mas não estão atentas a postura curvada que compromete a coluna vertebral.