Tecendo a História 3: Pagu: de musa do Modernismo a primeira presa política brasileira

Tecendo a História 3: Pagu: de musa do Modernismo a primeira presa política brasileira

Por Eneida Salles Damazio

Encerrando a Semana da Mulher no Cultura Em Movimento trazemos uma figura ímpar do nosso movimento feminista- Pagu, musa e militante que mistura arte e política na intensidade da emoção à flor da pele.

Patrícia Rehder Galvão, paulista de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo.,foi uma mulher de incrível versatilidade: escritora, poetisa, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista, tornou-se musa do movimento modernista, pela proximidade com o casal Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral .A partir daí, Patrícia virou Pagu.

Pagu rima com tabu. E quanto aos tabus de uma sociedade provinciana e moralista, tanto quanto aristocrática e conservadora política e economicamente, Pagu, a iconoclasta, atacou-os um a um.

Junto com Oswald de Andrade e já casada com ele – mais um escândalo que protagonizou – filiaram-se ao Partido Comunista e juntos ajudaram na organização de uma greve de estivadores em Santos .

Pagu virou musa do movimento modernista e mulher de Oswald De Andrade, um dos protagonistas do Modernismo brasileiro

Foi quando foi presa pela Polícia Política de Getúlio Vargas. Tornava-se assim a primeira mulher no Brasil a ser presa por motivos políticos. Pelos mesmos motivos, foi presa 23 vezes, ao longo de seus anos de militância. Um verdadeiro recorde que, no entanto, não aferveceu seu ímpeto.

Momento da prisão de Pagu pela polícia política do Estado Novo

Exemplo disso é quando da publicação sob o pseudônimo de Mara Lobo , em 1933, ao ser libertada de uma de suas detenções, do romance Parque Industrial, considerado o primeiro romance proletário da literatura brasileira.

Sua militância e produção artística  caracterizam-se pela defesa da mulher pobre e a crítica ao papel conservador reservado ao feminino no Brasil.

Eternizou-se, assim, em nosso coração como a bela idealista modernista e sobretudo feminista aguerrida com um coração que pulsava por justiça social num Brasil tão desigual.

Vamos saber mais sobre essa incrível mulher que foi Pagu. Assista a Eduardo Bueno falando sobre ela:

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Eneida Damazio

Eneida Damazio

Eneida é mestre em Literatura Brasileira, Estudante de Jornalismo e aficionada por cultura e seus movimentos.