E de onde vem o Teatro ?
E de onde vem o Teatro ?
Por Lia Salles Damazio
Ir ao teatro é um ótimo programa. Desestressa, educa, refina a alma e a própria percepção da vida.
Mas ir ao teatro, no Brasil, não é nada fácil. Produzi-lo também não. Os custos de produção são altos, e, portanto, são repassados para o preço do ingresso. o que afasta o público do teatro mais ainda,. Isso sem falar da concorrência com a televisão, o cinema e agora das plataformas de streaming que colocam à disposição uma enxurrada de produções muitas delas de excelente nível e, agora com menor frequência, gratuitamente ou com acesso a preços módicos.
Essa tendência não ocorre apenas no Brasil, pode-se dizer com absoluta certeza, mas sim no mundo todo. Por isso, o teatro meio que encolheu. Mas não morreu e, muito provavelmente enquanto o homem tiver sentimentos, o teatro estará sempre vivo e ativo ao seu lado.
Mas como nasceu o teatro ?
Pense em você vivendo no século VI a. C, na Grécia, participando das festas em louvor ao deus Dionísio.
As festas Dionisíacas eram regadas a muita bebida. Muita alegria, quase uma euforia, pois Dionísio era o deus do vinho, e da fertilidade, e muito em breve se tornaria também o deus do teatro.
Embora o clima das festas fosse de muita alegria, tais festejos, em sua essência eram rituais sagrados em que havia procissões e recitais. Em verdade, as sociedades mais primitivas com suas danças místicas para o controle de fenômenos naturais abriram o caminho para o surgimento da religião e com isso trouxeram à cena os elementos estéticos que criaram a possibilidade de existir o discurso artístico.
As festas em homenagem ao deus Dionísio duravam dias seguidos mas só aconteciam uma vez por ano na primavera, época em que havia, naquela região, a colheita do vinho.
As representações do Teatro Grego, naquela época eram bem diferentes das de hoje, pois ninguém representava o outro, mas apenas o citava e descrevia suas façanhas.
O teatro, como o conhecemos hoje, surgiu quando um participante desse ritual resolveu, inesperadamente, colocar uma máscara humana ornada com cachos de uva , subiu no palco em plena praça pública e proclamou: “eu sou Dionísio.
O espanto foi geral, todos se perguntavam como aquele ser humano tivera coragem de colocar-se como um deus, fingir ser um deus, coisa que nuca se imaginara acontecer, pois deus para ser louvado era um ser inatingível. Mas aconteceu e este ser humano era um ator chamado Téspis; foi ele o primeiro ator da história do teatro ocidental.
Ao transformar o ritual em teatro pela primeira vez diante de todos Téspis arriscou transformar o sagrado em profano, e isso foi o marco inicial da ação dramática.
Como tudo mudou
Téspis introduziu o diálogo, também introduziu o uso da máscara de linho, o que possibilitou a existência de diferentes personagens. Tornou-se dramaturgo e em 534 a.C recebeu o primeiro prêmio concedido à representação de tragédias em Atenas.
Basicamente o que foi idealizado por Téspis permanece ainda no teatro moderno.
O teatro grego como construção
O desenvolvimento do teatro foi tão marcante para a formação da cultura helênica que o tipo de construção passou até mesmo designar a atividade em si.
Os teatros gregos eram construções ao ar livre formadas em encostas para facilitar a colocação das arquibancadas que eram feitas de pedras e de onde todos podiam assistir às encenações dos gêneros do teatro grego – as comédias, as tragédias e as sátiras.
A divisão da construção se dava em função da dinâmica das peças. Assim havia a orquestra – espaço central para que o coro, formado por dançarinos, pudessem se apresentar.
Thumelê era uma pedra fincada no centro da orquestra onde se colocavam as oferendas para o Deus Dionísio. Proscênio era o espaço entre o palco e a orquestra onde ficava o corifeu que era o líder do coro.
Finalmente o palco construído inicialmente de madeira e mais tarde de pedra destinava-se à exposição dos cenários e para a troca de figurinos e máscaras.
Com esses elementos, os gregos criaram uma magia que chega fascinante até nossos dias a despeito de sermos uma sociedade cada vez mais presa ao uso das tecnologias. O espaço que o teatro deixa para a imaginação do espectador preencher jamais poderá ser substituído pelo detalhamento dos truques, dos efeitos especiais do cinema. E viva o Teatro !
Com informações de A história do Teatro de Lindomar da Silva Araújo. In:InfoEscola.
Créditos das Imagens:
Rogério Cerqueira Leite
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