Episódio 2: as redes sociais
As redes sociais tornaram-se, desde o início deste século, parte indissociável do dia-a-dia das pessoas em todo o mundo. E no Brasil não é diferente. De acordo com informação divulgada pelo Facebook Brasil em 2019, o número de brasileiros cadastrados na rede social já soma 130 milhões, o que o coloca no top 3 entre país com mais pessoas cadastradas. No mundo inteiro, por exemplo, já são mais de 2 bilhões de usuários ativos apenas no Facebook, cerca de 30% da população mundial.
A dimensão do alcance atinge proporções outrora jamais imaginadas por outros veículos de comunicação mais tradicionais. A televisão, por exemplo, foi, por anos a fio, a plataforma unanimemente preferida dos comerciantes na hora de anunciar seu comércio. A importância das redes sociais é inegável, uma vez que atinge diferentes públicos, de diferentes gêneros, diferentes classes e de diferentes nacionalidades. A margem de crescimento, todavia, ainda é larga, especialmente ao levarmos em consideração que as novas gerações dos grandes centros urbanos já nascem inseridas no mundo virtual.
As mídias ganharam importância tamanha que muitas empresas passaram a ter seções específicas e profissionais especializados na área para lidar com esses assuntos. Embora o mercado ainda esteja começando a amadurecer no Brasil, as organizações já entenderam os benefícios gerados pela inserção de suas marcas no ambiente digital de redes sociais como no Instagram e Facebook, que são as plataformas mais usadas do Brasil.
Cuidados na hora da compra
Por outro lado, onde é maior a concentração de pessoas, maior o número de golpistas buscando esses meios para se beneficiarem das transações financeiras de compra e venda realizadas. As redes sociais, por serem plataformas exploradas por empresas para expor produtos e promoções, tornam-se, automaticamente, um prato cheio para criminosos. O professor de direito da Faculdade Estácio de Sá, André Luiz, alerta à população para cuidados necessários com o que recebemos nas redes sociais, especialmente pelo WhatsApp e nos destaques e anúncios do Facebook.
– Entendo que as mudanças que ocorreram durante a inserção das redes sociais e da internet na sociedade trouxeram dificuldades para uma parcela da população, especialmente dos idosos, que ainda buscam se acostumar com a nova era. Mas, na hora de comprar, gastar seu dinheiro, todo cuidado é pouco. Sempre oriento aos familiares próximos e alunos que ao ver um produto sendo vendido nas redes sociais, busquem mais informações e caso sintam dificuldade para achá-las é um sinal para que se evite a compra. Lojas sem comentários ou mal avaliadas tendem a trazer “dor de cabeça” e por isso precisam ser evitadas, contou o professor.
Segundo André Luiz, a orientação é sempre desconfiar, ter senso critico e observar a concorrência. Preços muito baixos costumam ser um falaciosos. Quantidade de seguidores em uma página não é atestado de veracidade, visto que perfis podem ser inflados com artifícios distintos. Uma boa ideia, ainda de acordo com o professor, é ler comentários das postagens no perfil da loja ou em plataformas especiais criadas por órgãos fiscalizadores, como o Reclame Aqui.
– Desconfiem de facilidades. Aquela expressão “não existe almoço grátis” é importantíssima para o mundo digital. Pense sempre nos custos de fabricação, de entrega, que determinado produto possa gerar. As pessoas acham que terão vantagem e quando vão ver amargam prejuízos em golpes. Por isso é importante o consumidor passar seu feedback durante o final de uma transação, seja bem sucedida ou não. Isso facilitará a vida de outras pessoas que tomarão seu testemunho como base. Torne sua opinião pública e isso dificultará o trabalho dos golpistas, comenta André.
Dificuldades de quem age dentro da lei
O gerente de mídias sociais do BMG, Andrey Cruz, relata as dificuldades existentes para transparecer segurança na plataforma de vendas da empresa nas redes sociais. Ele afirma que o primeiro trabalho é entender seu público alvo, tornar as postagens rotineiras e com estilos comuns e estimular o cliente a entregar o seu depoimento, através do nível de satisfação, ao fim da experiência de transação para com a empresa.
– Os aplicativos como Uber, 99Táxi, iFood, entre outros, são grandes exemplos de como pode funcionar bem a avaliação do cliente após experiência. Hoje, um motorista que infringir regras de transito, não ser educado, não respeitar os clientes ao fim da corrida, será punido. É uma forma de controlar na raiz do problema. E criar esse hábito em qualquer compra online ajudará a separar as lojas de verdade, que querem ganhar dinheiro honesto, dos ladrões e criminosos, relata.
Selo de segurança para o site
O técnico de tecnologia da informática da Associação de Vendedores da Ilha do Governador, Maurício Rocha, passa uma dica importante em relação à confiabilidade dos sites em que se é direcionado após o clique advindo das redes sociais:
– Todos os sites legítimos possui todas as prerrogativas necessárias mediante a justiça do país, incluindo os selos que atestam a segurança na navegação, como “Internet Segura” ou “Site Seguro”. Isso garante que a loja toma medidas de seguranças para lidar com as informações dos clientes. É fácil de ser observado: na hora de fechar uma transação, verifique se há um ícone de um cadeado na parte inferior no site ou na barra de endereços. O símbolo indica o uso de um certificado digital SSL (Secure Socket Layer), importante recurso de segurança, comentou Maurício.
Tanto marcas, quanto pessoas perceberam a importância das redes sociais na construção de relacionamentos. Através delas é possível estabelecer vínculo, observar hábitos, fortalecer conexões e até solucionar problemas. É fato que as redes sociais também vieram para revolucionar uma série de aspectos comerciais, inclusive o de vendas. Marcas, por mais badaladas que sejam, ainda assim são feitas de pessoas. A segurança da compra pela internet passa, acima de tudo, pela atenção redobrada do cliente.
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