O índio que virou Imortal – Aílton Krenak e a ABL
O escritor e poeta Aílton Krenak venceu , para sua etnia, mais uma barreira; desbravou um território interditado e impensável para descendentes dos povos originários do Brasil.Nesta quinta-feira, 5 de outubro, ao assumir a cadeira de número 5, que pertencera anteriormente ao historiador José Murilo de Carvalho.
A vasta obra de Krenak reflete toda uma visão de mundo da cultura indígena e das preocupações ambientalistas , desse literato que também é um importante ativista e que, por isso, fundou em 1985 a ONG Núcleo de Cultura Indígena .
A eleição de Aílton Krenak não é apenas importante pela qualidade artística de sua obra, mas por também combater um perverso esteriótipo do índio como ser primitivo ou alguém meramente “aculturado”, que retornou com força os últimos 4 anos e que resultou em sérias agressões às comunidades de povos originários, inclusive com expulsões de suas terras e mortes.
Krenak , se transformado fosse em personagem, revelaria-nos que, longe da caracterização literária do bom selvagem ou do cavaleiro heroico e medieval como Peri, ou, ainda, a do ser fluidico como Macunaíma, só para citar alguns personagens do panteão dos clássicos brasileiros , a grandeza de um ser humano repousa na sua trajetória em que reconhece e defende sua própria identidade a despeito dos inúmeros preconceitos que isso o levará a enfrentar e ,sem abrir mão de sua herança étnica, transforma-a em verdadeiro atestado inquestionável da própria condição humana.
Ainda bem para a ABL e para todos nós ,brasileiros, hoje é dia de índio!
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