RUINAS PELO RIO – Conheça o Parque Arqueológico de São João Marcos

RUINAS PELO RIO – Conheça o Parque Arqueológico de São João Marcos

Para quem não sabe, São João Marcos já foi uma das cidades mais prósperas do nosso estado, principalmente nos tempos em que o café era ouro, mas não resistiu à evolução do Rio de Janeiro. Se em 1939, época de celebração do bicentenário da cidade e quando foi tombada pelo Sphan (a primeira cidade a conseguir isso), falassem que no ano seguinte tudo seria diferente, acho que ninguém acreditaria.

1940 FOI O ANO MARCO. Getúlio “destombou” a cidade (ele fez isso mesmo), o que possibilitou a sua completa demolição por conta do consentimento para a construção de uma represa em Lajes para o aumento da distribuição de energia elétrica para o Rio de Janeiro. Bom, com a inundação eminente, os moradores venderam as suas casas e só restou a memória dos tempos felizes vividos.


A igreja que está na foto acima foi um exemplo da importância da religião para os habitantes. Segundo o guia do parque, os moradores se recusaram a destruir a construção, que, para possibilitar o aumento da capacidade da represa, foi demolida por uma empresa. A destruição total da cidade foi necessária para que os moradores não retornassem para suas casas em tempo de seca.

A inauguração do @parquesaojoaomarcos em 2011 foi uma forma de resgatar a memória da cidade e mostrar como o progresso impacta a vida das pessoas.

SOBRE A IGREJA – o trabalho de reconstrução do local envolveu muitas horas de pesquisa e entrevista com os moradores vivos e o uso de técnicas modernas para garantir a segurança dos visitantes. Esta igreja não foi a primeira da cidade e é bem diferente da capelinha tímida que os fiéis usavam.

A Igreja da Matriz foi uma forma de mostrar o poder da cidade, o quando era próspera, e por isso existiam duas Torres de sino. Em seu interior havia muito ouro e um piso de mármore e ardósia que se mantém entacto até hoje (foi descoberto em 2014 depois da remoção do entulho)

São João Marcos é um local impossível de traduzir em palavras. Ela é um ensinamento da resiliência e da importância do passado.
Em breve mais sobre o local.

Casa do Capitão-Mor

Durante o processo de resgate Arqueológico, foi identificada uma grande quantidade de molduras em argamassa; pedras trabalhadas em cantaria na forma de arco e bases de colunas, assim como um número expressivo de fragmentos de ladrilhos, evidências que remetem precisamente à sua distribuição na fachada.

🎨Também foi possível constatar que algumas partes das paredes e colunas internas do casarão se encontravam preservadas, conservando todo o emboço e pintura antigos.

🏚️A casa foi construída em dois andares onde ao longo do tempo funcionou, além da própria residência do capitão, a escola local e o clube social da cidade.

Flavia Ferreira

Flavia Ferreira

Jornalista e viajante nas horas vagas. Sou apaixonada por conhecer novos locais e culturas, assim como por um café quentinho e uma bela taça de vinho.