Dois lugares históricos para você conhecer em Teresópolis

Dois lugares históricos para você conhecer em Teresópolis

A cidade que maravilhou a família imperial e recebeu seu nome em homenagem a esposa de D. Pedro II, Teresa Cristina, encanta até hoje pelas belezas naturais e um clima arrebatador. Teresópolis tem a sua história contada através dos vários monumentos e construções, entre eles a Fonte Judith e o Quiosque da Lenda, dois lugares que precisam estar no seu roteiro pela cidade.

A Fonte Judith é uma obra arquitetônica em estilo colonial construída em 1920 e seu nome tem origem em Judith, filha de Luiz de Oliveira, antigo proprietário das terras, que teria sido curada de uma grave enfermidade através das propriedades medicinais da água da fonte. A forma atual, com o revestimento de azulejos portugueses e as saídas d’água em forma de faunos, foi consolidada em 1967, depois que Luiz vendeu as terras para Arnaldo Guinle.

A construção é muito procurada pelos teresopolitanos e turistas devido a fama de sua água ser terapêutica. A visitação do local é gratuita, assim como ao Quiosque das Lendas, o meu lugar preferido em Teresópolis e que também teve intervenção da família Guinle.

Construído em 1929 com vista para a “Verruga do Frade”, em Teresópolis, o “quiosque” tem como revestimento azulejos produzidos em Lisboa, no ano de 1929, pintados pelo renomado artista Jorge Colaço (1864-1942) e contam quatro lendas indígenas que, embora escondidas pela pichação e fragmentadas pela ação do tempo, ainda são possíveis de serem identificadas.

  • “A moça que saiu para procurar o marido”: relata a história da índia guarani Nheambiú, que se apaixona pelo guerreiro tupi Cuimbaé, prisioneiro dos guaranis. E como ela, após saber da morte de seu amor, se transforma no pássaro urutau, que entoa durante a noite um canto parecido com um lamento humano”.
  • “O dilúvio”: a mitologia indígena trata de uma lenda muito parecida com o dilúvio bíblico de Noé. Na versão guarani, Tamendonaré (Tamandaré) avisado por espíritos antepassados que haveria um grande dilúvio, se refugia com sua família em cima de uma grande palmeira (pindorama), se alimentando também de seus frutos. Sobrevivendo ao dilúvio, Tamendonaré repovoa o mundo, com os guaranis se considerando seus descendentes diretos.
  • “O anhagá e o caçador”: Colaço retrata o terrível espírito protetor dos animais nas florestas brasileiras. Anhangá, que por vezes se disfarça ele próprio de animal para surpreender caçadores, principalmente aqueles que não respeitam animais ainda recém-nascidos ou fêmeas prenhes.
  • “Como a noite apareceu”: conta-se a história da filha do Cobra Grande e a curiosidade dos três emissários de seu noivo que abriram o caroço de tucumã e liberaram assim a noite sobre o mundo, com pássaros que cantam ao amanhecer e outros ao anoitecer.

O Quiosque das Lendas foi tombado em janeiro de 1988 pelo INEPAC, que o catalogou como “uma pequena joia neocolonial”, o Mirante da Granja Guarani é “protegido” também pela Lei Orgânica Municipal, de 1990. Em 2013 ocorreu uma tentativa de restauro, que foi barrada pela justiça. Em 2016, o Instituto Cidade Viva submeteu um projeto incentivado pela Lei Rouanet, mas ele não andou. No ano passado (2021), ocorreu um encontro para discutir a retomada do projeto do Cidade Viva, que teve contribuição do INEPAC, orçado inicialmente em R$3.8 milhões, então podemos esperar novidades em breve.

Com informações de: Wanderley Peres, Multiplix Tere total, Inepac, Extra , Portal Tere , Wanderley Peres e IPatrimônio

Flavia Ferreira

Flavia Ferreira

Jornalista e viajante nas horas vagas. Sou apaixonada por conhecer novos locais e culturas, assim como por um café quentinho e uma bela taça de vinho.