Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger: inscrições até 23 de julho.

Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger: inscrições até 23 de julho.

Por Eneida Salles Damazio

Ainda há tempo para fotógrafos participarem do edital do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger. As inscrições encerram-se no próximo dia 23 de julho.

O prêmio é uma iniciativa da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), instituição ligada à Secretaria de Cultura da Bahia (SECULT, BA). A FUNCEB selecionará quatro ensaios fotográficos através deste edital.

Poderão participar fotógrafos residentes no Brasil. Os ensaios giram em torno de três categorias: Ancestralidade e Representação, Questões Históricas e Livre Temática e Técnica. Os três selecionados para cada uma das categorias premiadas receberão uma prêmio em dinheiro no valor de 30 mil reais.

Uma oportunidade imperdível para os aficionados em Fotografia

O edital contempla além desses três selecionados outras formas de premiação para abranger um número maior de inscritos, o que faz desta 8ª. Edição do prêmio uma oportunidade imperdível.

Além dos três selecionados para receberem os 30 mil reais, haverá ainda um quarto ensaio que renderá para seu autor uma residência artística e um valor de 10 mil reais.

Mas as oportunidades não param por aí: também serão selecionados mais 11 ensaios que integrarão a Exposição Coletiva física do prêmio. Esses 11 fotógrafos receberão uma ajuda de custo de R$2.500 para despesas ligadas à produção do ensaio.

No total, a FUNCEB destinou um total de R$ 127.500,00 para esta iniciativa.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas diretamente no site da Fundação (http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=10584).

Maiores informações podem ser obtidas diretamente com a Fundação através do e-mail: premio.pierreverger@funceb.ba.gov.br

Quem foi Pierre Verger

Fotógrafo, etnólogo, antropólogo e pesquisador, o francês Pierre Verger foi, inegavelmente, um apaixonado pela cultura brasileira, em especial a cultura popular de herança africana.

Essa paixão foi eternizada através de um vasto trabalho fotográfico e também de uma série de livros sobre o candomblé baiano.

Após perder paulatinamente a família, em 1932 com a morte da mãe e depois de aprender as técnicas básicas da fotografia com seu amigo Pierre Boucher, Verger resolve ganhar o mundo – viaja incessantemente registrando através das lente de uma câmera fotográfica a diversidade cultural que existia mundo à fora.

Vivia da fotografia e como fotógrafo trabalhou para grandes revistas e jornais Paris-Soir, Daily Mirror, Life e até mesmo a revista brasileira O Cruzeiro.

Em 1946, Verger chega ao Brasil e ao desembarcar em Salvador apaixona-se imediatamente pela terra, pela gente, pela luz e pela cultura baiana, em especial sua religiosidade no culto dos voduns. Mergulha nesse universo mágico a ponto de tornar-se Fátúmbi.

O candomblé faz com que ele vá até a África, onde torna-se um pesquisador por força de uma bolsa de estudos que o faz aprofundar seus conhecimentos da cultura iorubá.

Ao retornar o Brasil, continua seus estudos. Em 1974, torna-se professor da Universidade Federal da Bahia e em 1982 participa da criação do Museu Afro-brasileiro. .

Com Jorge Amado e Carybé, conseguiu retratar o melhor da cultura baiana e, metonimicamente, toda a força da cultura brasileira. Os  três amigos, no fundo dão responsáveis, em certo sentido, pela criação do conceito de baianidade.

Em 1988, cria a Fundação Pierre Verger – um centro de pesquisa da cultura afro-brasileira.

Em 1996, Pierre Verger faleceu. Mas para quem é do culto sabe que Fátúmbi Verger apenas tornou-se  Egun, passou a ser no Orun, Ancestral feito de pura luz, a luz que tanto buscou capturar com  a sua Rolleiflex.

Saiba mais:

Conheça um pouco da arte de Pierre Verger através da galeria de imagens Quando a Fotografia vira Etnografia

Eneida Damazio

Eneida Damazio

Eneida é mestre em Literatura Brasileira, Estudante de Jornalismo e aficionada por cultura e seus movimentos.