PROJETO RUÍNAS PELO RIO – Colônia Juliano Moreira e o Aqueduto dos Psicopatas
PROJETO RUÍNAS PELO RIO – Colônia Juliano Moreira e o Aqueduto dos Psicopatas
O Rio de Janeiro é repleto de histórias secretas que sucumbiram ao tempo e à falta de investimento do poder público. A Colônia Juliano Moreira, localizada em Jacarepaguá, é um grande exemplo disso com seus sete milhões de metros quadrados, tamanho de Copacabana, que se notabilizou por abrigar o Hospital Psiquiátrico gerido pela União. Nela, encontra-se o Núcleo Histórico Rodrigues Caldas, um dos mais importantes do Rio de Janeiro.
Na ocasião, o hospital se destinava a abrigar aqueles classificados como anormais ou indesejáveis, tais quais doentes psiquiátricos, alcoólatras e desviantes das mais diversas espécies. Em 2000, em meio à reforma psiquiátrica no Brasil, o hospital passou para a administração do município do Rio de Janeiro. O sítio abriga, além de memórias e de uma atmosfera imersa no sofrimento, alguns pacientes e suas famílias.
Nos séculos XVIII e XIX, a região era ocupada pela fazenda Engenho Novo (Engenho Nossa Senhora dos Remédios), um dos mais antigos engenhos de açúcar e fubá de Jacarepaguá. Algumas construções do Engenho Novo ainda existem na Colônia Juliano Moreira e foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC).
A sede da fazenda e a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, tombadas pelo INEPAC1 em 1990, são remanescentes do século 19. A igreja foi construída em 1862, por Dona Maria Teles Cosme dos Reis, filha de Catarina e Pascoal, sobre as fundações da antiga capela2 do século 17. Destaca-se do conjunto a estrutura em ruínas do antigo sistema de abastecimento de água do engenho, conhecido como Aqueduto da Colônia dos Psicopatas. O trecho final do aqueduto, uma estrutura em arcos que sustenta a canaleta, foi tombado pelo IPHAN em 1938. A jazida arqueológica do aqueduto foi registrada em 1962 no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do IPHAN.
O Aqueduto tem um estilo romano, porém com arcadas simples, diferentemente dos Arcos da Lapa, que apresentam arcadas duplas. O descaso do poder público e o crescimento populacional fez com que o Aqueduto perdesse alguns de seus arcos para construções irregulares. Atualmente, ele sofre com infiltrações e a invasão de plantas em suas estruturas.
Diferente do que possa imaginar, chegar ao local é fácil e a visitação é bem tranquila, desde que respeite as regras de não entrar nos monumentos e nem fotografar as pessoas, normas informadas por um segurança que estava no local.
Fonte: Revista Unicamp